"Trato entre amigos" entre CBF e Fluminense, é enviado à Corte Arbitral do Esporte, na Suíça.

 
Os conflitos do futebol brasileiro expostos internacionalmente. Um e-mail enviado pelo diretor jurídico da CBF, Carlos Eugênio Lopes, para advogados do Fluminense teria revelado a relação de proximidade entre a entidade que manda no futebol do Brasil e o clube tricolor. É o que denuncia o Flamengo em oito páginas de um documento enviado à Corte Arbitral do Esporte, na Suíça.

 
 
Na mensagem eletrônica, do dia 31 de janeiro, o dirigente encaminhou o recurso do time rubro-negro a dois advogados do arquirrival das Laranjeiras, aos quais chama de “amigos”. Carlô, como é conhecido, havia acabado de receber o documento do tribunal em sua conta de e-mail pessoal.
Na representação do Flamengo, o clube é veemente. Diz que o fato de a CBF ter enviado o e-mail ao Fluminense mostra o favorecimento da entidade ao time tricolor. O texto, em inglês, acusa a CBF de falta de respeito com os demais clubes brasileiros. Diz, também, que a instituição rubro-negra ficou atônita ao saber da troca de e-mails.
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E chama a atenção para o trato “entre amigos”, o que revelaria, segundo o Flamengo, no mínimo uma relação de suspeição.
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A mensagem enviada por Carlos Eugênio Lopes foi anexada pelo próprio Fluminense ao processo na Suíça. E serve como argumento para pedir que o clube tricolor seja incluído como parte interessada no mesmo.
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A CBF aceitou prontamente, e a aceitação foi registrada uma hora depois de ter sido comunicada oficialmente do pedido. O fax foi enviado de Valência, na Espanha, onde tramita o recurso. 
 
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Advogado do Fluminense, Mário Bittencourt afirma que foi o Fluminense que pediu para a CBF enviar o e-mail com o recurso do Flamengo. E que esta foi a forma encontrada para tomar ciência formal do processo e poder fazer o pedido para participar do processo.

Bittencourt vê a relação como normal e diz que as acusações do Flamengo têm o objetivo de tirar o foco da escalação irregular de André Santos. A Portuguesa confirmou que não foi procurada pela CBF nem recebeu e-mail do diretor jurídico com o recurso do Flamengo e que considera o ato uma forma de favorecimento ao Fluminense.
 
Carlos Eugênio Lopes e a CBF foram procurados, mas não retornaram ao pedido da reportagem. A Corte Arbitral do Esporte ainda não respondeu se aceita o pedido do Fluminense para participar do processo. 

Veja abaixo a resposta de Mário Bittencourt, advogado do Flu
“O documento citado e alardeado pelo Flamengo foi juntado por nós mesmos em nossa defesa, justamente para comprovar a data em que tomamos conhecimento do recurso apresentado por eles no CAS. Tomamos conhecimento pela imprensa de que o Flamengo estaria recorrendo ao CAS. Como sempre, de forma diligente, e no âmbito da Justiça Desportiva, consultamos a CBF sobre a existência real do referido recurso. Ao sermos informados que o recurso havia sido interposto, requisitamos o envio das razões para que pudéssemos ter ciência e entrar com nosso pedido de terceiro interessado. As razões então foram enviadas pelo Diretor Jurídico da CBF para o meu e-mail e para o e-mail do Daniel Cravo que é nosso advogado especialista no CAS e que reside no Rio Grande do Sul.” 

“Aliás, este é o procedimento convencional, tendo em vista que até mesmo os recursos e as razões de terceiro interessado ao CAS devem ser enviadas por fax ou e-mail, ou seja, algo comum na Justiça Desportiva que talvez os novos advogados do Flamengo não conheçam bem em razão do pouco tempo na área.”

“O Flamengo deveria estar mais preocupado com as matérias jornalísticas que anexamos ao processo no CAS, comprovando a troca de e-mails interna deles onde admitem que escalaram o André Santos de forma irregular e foram salvos pelo err
o da Portuguesa e mais, deviam estar preocupados com a juntada dos processos ajuizados na Justiça Comum onde comprovamos textualmente que os advogados envolvidos no ajuizamento da ações (como patronos ou torcedores) possuem relação direta ou indireta com o Flamengo. Um deles (autor de uma das ações), aliás, é sócio do escritório do Vice Presidente Jurídico do clube que agora assina o Recurso no CAS.” 

“Com relação à Portuguesa, só ela pode dizer, até mesmo porque, pelo que acredito não estava interessada neste ambiente de discussão, já que buscou a Justiça Comum ao invés de permanecer no âmbito desportivo. Perderam o prazo pra ir ao CAS e não teriam, portanto, qualquer interesse no processo, até mesmo porque o Flamengo terminou na frente deles após as duas escalações irregulares e qualquer decisão diferente agora não alteraria a posição da Portuguesa.” 

“Por fim, depois de mais de 15 anos de atuação na Justiça Desportiva, também permaneço atônito com a escalação de dois jogadores suspensos pelo Tribunal na mesma rodada, um no sábado e no outro no domingo, mas são raríssimas coincidências que acontecem. Não é verdade?”

Fonte: Uol
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