Mais uma indicação de Adilson Batista, com quem já trabalhou duas vezes, Douglas começou no Avaí. Negociado com o Atlético-PR ainda com idade de juniores, não chegou a entrar em campo. Do Furacão, em 2004, fez uma ponte para a Ferroviária-SP antes de arrumar as malas para o Hapoel Kfar Saba, pequeno time isralense. Lá o zagueiro se destacou e foi vendido para o Hapoel Tel-Aviv, o maior clube do país, em 2008.
Sua trajetória como ídolo local – falava hebraico, foi considerado o melhor do campeonato e ganhou homenagens – só foi arranhada por dois episódios constrangedores: acusação de estupro não provada, em 2009, e tentativa de chantagem por um ex-companheiro, em 2011, que o registrou em relações extraconjugais e teria cobrado cerca de US$ 400 mil (R$ 950 mil).
Na época da segunda dor de cabeça, o novo reforço do Vasco já estava a caminho do futebol austríaco. O RB Salzburg pagou o equivalente a 3 milhões de euros pela contratação. Com status de titular, ele teve pouco tempo para aproveitar a vitrine da Copa da Uefa e das fases preliminares da Liga dos Campeões por ter se machucado, em 2012.
– Infelizmente a lesão atrapalhou bastante a passagem dele aqui. Ele fez uma partida contra nossa equipe, pela fase de playoffs da Champions em 2011, e chamou muito a atenção do nosso treinador, que pediu a contratação dele de imediato – afirmou o atacante Alan, revelado pelo Fluminense e principal artilheiro do time austríaco.
Goleador e capitão no Figueira
Chamado de Da Silva por torcedores e imprensa europeias, Douglas perdeu espaço e decidiu que era a hora de retornar ao país. Aos 28 anos, acertou com o Figueirense e reencontrou Adilson, que o havia lançado no Leão dez temporadas antes. Por sua liderança, rapidamente tornou-se capitão e se encheu com moral com o gol marcado sobre o Avaí (veja no vídeo), iniciando a vitória que acabou um jejum de mais de seis anos sem bater o rival em casa.
Aliás, até se lesionar com gravidade, em agosto, o zagueiro balançara a rede cinco vezes – todas a partir de bolas paradas – mostrando que a jogada aérea é um de seus pontos fortes. Em Israel, no total, foram 14 gols marcados. E além disso já atuou até como lateral-direito por ter boa mobilidade, apesar do 1,86m de estatura, como confirma Alan.
– O Douglas é um zagueiro rápido e que se destaca pelos desarmes precisos. O tempo de bola dele também é um requisito que podemos ressaltar. Fora de campo é um cara excepcional, com muita personalidade e que gosta de brincar com os companheiros. Vou ficar na torcida para que ele tenha uma boa passagem pelo Vasco.
Segundo seu empresário, Daniel Gonçalves, Douglas não faz o estilo “zagueiro-zagueiro”.
Recuperação ainda deve demorar
Uma cirurgia nos ligamentos do joelho o tirou da Série B logo no começo de agosto. Sem acordo financeiro entre Figueira e RB Salzburg, o jogador passou os últimos dois meses à espera de uma nova proposta. Até que pintou a oportunidade de jogar no Cruz-Maltino até dezembro. Douglas está inscrito na Ferj, mas não terá condições de estrear antes das semifinais da Taça Guanabara, daqui a um mês, já que a lesão ainda o impede de treinar com bola.
– Está na fase final da recuperação, mas é difícil dar uma previsão. Acabamos de receber o jogador, há um protocolo de etapas para estar apto ainda. Precisa de um equilíbrio muscular nas duas pernas – explicou o médico do Vasco, Fernando Mattar.
Muito por essa razão, não há previsão de apresentação oficial do nono reforço para 2014. Via site oficial, o clube divulgou as primeiras palavras de Douglas.
– O Vasco é um grande clube e jogar aqui é motivo de muita felicidade. Já trabalhei com o Adilson Batista, inclusive ele que foi o treinador que me promoveu ao profissional, quando eu jogava pelo Avaí e espero ajudar muito no clube. Estou com muita vontade de ajudar e ver o Vasco brigando sempre por conquistas – declarou.
Fonte: GloboEsporte.com