Defender para então, se der, atacar. A primeira preocupação de André Rocha é a mesma dos demais laterais brasileiros, a marcação. Só que o apoio ao setor ofensivo não está tão na veia do atual camisa 2 do Vasco como a sua vocação defensiva. Pouco mais de uma temporada depois de atuar pelo Panetolikos, da Grécia, o experiente lateral-direito de 29 anos se diz readaptado às características do futebol brasileiro, mas com uma ressalva: avançar com moderação.
Titular em seis das sete partidas do clube no Campeonato Carioca, André Rocha compõe a base da defesa menos vazada do estadual – quatro gols sofridos em sete partidas – e por diversas vezes já defendeu seu estilo de jogo de marcação. Mas ele garante que, mesmo chegando poucas vezes à linha de fundo, consegue ser ofensivo à sua maneira. Foi assim que executou o passe para o gol de Edmílson sobre o Friburguense, que se tornou a primeira assistência do camisa 2 no estadual.
Só que o pouco destaque no setor de ataque já causou reclamações da torcida. No Figueirense, terminou 2013 como um dos atletas do elenco com os melhores aproveitamentos em cruzamentos e passes, mas chegou a ser alvo de vaias dos alvinegros durante a temporada e teve seu nome pichado num dos muros do Estádio Orlando Scarpelli, em Santa Catarina. Na Colina, não é unânimidade entre os vascaínos. Mas ele também sabe se defender das críticas. Com a obediência tática do futebol europeu como amparo, o lateral viu nos torcedores do país uma cobrança exagerada por alas mais ofensivos.
– Procuro preservar mais a marcação. Mas não deixo a parte ofensiva. Com três atacantes, às vezes o torcedor quer que o lateral vá à linha de fundo toda hora. Para fazer cruzamento não tem necessidade de chegar à linha de fundo. Temos pontas rápidos, que ajudam bastante, fortalecem a linha de quatro, o meio de campo, o que ajuda a defesa e o ataque. Aqui no brasil é um pouco difícil um trocedor ou outro entender, mas acho que é normal – alegou.
André Rocha chegou ao Vasco indicado pelo técnico Adilson Batista, com quem trabalhou no Figueirense no ano passado. Já se sentindo em casa na Colina, o lateral-direito admitiu que o começo foi mais difícil e prepara uma arma surpresa para a equipe: se candidatar a substituir o agora aposentado Juninho Pernambucano nas cobranças de falta.
– (A adaptação) No comecinho foi um pouco difícil em função do calor, da preparação física, cheguei com poucos dias de trabalho. Agora venho aprimorando treinos de falta, no começo não estava batendo muito porque a perna ficava um pouco pesada.
O Vasco é o terceiro colocado no Campeonato Carioca, com 15 pontos, e no domingo tem pela frente o clássico contra o Flamengo, às 16h (de Brasília), no Maracanã, pela oitava rodada.
Fonte: Globo.com