No português, a palavra mesclar pode significar misturar, mas também adicionar. Por este motivo, é correto afirmar que a defesa do Vasco, atualmente, é uma mescla. Pode ser a mescla da juventude de Luan à experiência de Rodrigo, ou ainda a adição das diferentes vivências que cada um teve no futebol. Não importa. O que vem agradando à torcida é que essa mescla vem dando certo e fazendo com que a defesa do Vasco seja a menos vazada do Campeonato Carioca.
Com as boas atuações, Luan e Rodrigo estão afastando a desconfiança dos cruz-maltinos após um ano catastrófico, quando o sistema defensivo foi colocado como um dos motivos para o rebaixamento.
Para que a dupla desse certo em tão pouco tempo, uma das armas foi a conversa. Como nos filmes hollywoodianos, Rodrigo tem sido quase um mentor para o companheiro.
– Luan é um cara tranquilo. Ele já foi para Seleção (de base), tem rodagem. É um garoto novo e sempre estou conversando com ele, ajudando. Gosta de ouvir e, até dentro de campo, eu estou sempre orientando. Tem poucas coisas para melhorar, mas aí entra a vontade e isso vai mais do trabalho da cabeça dele -disse Rodrigo, de 33 anos.
Luan, por sua vez, demonstra gratidão ao companheiro de zaga, o primeiro nesta nova Era na equipe profissional. Recentemente, salientou que a experiência de Rodrigo tem auxiliado muito o time e que sempre escuta os conselhos.
– Ele cobra, pois já viveu muita coisa no futebol. Conquistou vários títulos, trabalhou com diversos treinadores e esquemas. É um grande jogador e tem me ajudado. Espero sempre poder ajudá-lo também e que consigamos fazer uma defesa sólida, compacta, e que jogue bem – comentou o garoto, de 20 anos.
A juventude e a experiência se unem por um só objetivo: evitar os gols e fazer com que o título do Carioca se torne realidade. Talvez, algo mais: provar que após a tempestade, realmente, vem a bonança e que, após um 2013 de muita tristeza, 2014 já comece com sorrisos.
ADILSON: FUNDAMENTAL PAR A ZAGA
Pode se somar ao sucesso atual da defesa vascaína o trabalho de Adilson Batista, que nos tempos de zagueiro tinha a fama de ser um jogador viril e técnico. Agora, como treinador, tem usado as peças como complemento de um sistema, onde a marcação é um dos principais fundamentos.
Por isso, Rodrigo ressalta que o comandante está sabendo conduzir bem o trabalho e lembrou que, neste início de temporada, Adilson Batista tem tido mais tempo para trabalhar, sem a pressão da luta contra o rebaixamento.
– Estamos fazendo o que ele vem pedindo. Ano passado foi difícil de trabalhar aquilo que queria. Teve pouco tempo, mas o bom é que todo mundo que ficou e os que chegaram, pegaram isso muito rápido. Um estilo de marcação forte, como todo mundo compacto. Isso que está dando certo. O time não está ficando exposto – analisou.
Como jogador, Adilson atuou entre 1986 e 2001, passando por clube como Atlético-PR, Cruzeiro, Grêmio e Atlético-MG. Ganhou o apelido de “Capitão América” por usar a braçadeira do Tricolor gaúcho na campanha vitoriosa da Libertadores de 1995 e esteve no time do Corinthians que se sagrou campeão mundial em 2000.
COM A PALAVRA
Mauro Galvão – Coordenador das categorias de base
Vasco precisava disso. Atletas que jogam e ajudam neste processo de amadurecimento dos mais jovens. Rodrigo tem mentalidade de vencedor. Juntar a experiencia com a juventude é uma troca, e cada um dá o que tem de melhor. Assim como eu fazia na minha época. Os jovens tem que fazer de tudo para crescer e precisam se doar e ouvir muito para isso.
Fonte: LANCENET!