Ex-Vasco, meia Ernane relembra passagem pelo Cruzmaltino

 

ErnaneLançado como promessa das divisões de base do Bahia, o meia Ernane tenta escrever um novo capítulo em sua cem sua história no futebol . Aos 28 anos, o jogador que passou ainda por Vasco, Figueirense, Cabofriense e Tombense, se arrepende das noitadas do início da carreira e segue como um dos destaques do Al-Shahaniya, do Catar.

Em contato com o iBahia Esportes, Ernane falou sobre o início no futebol, o apelido que ganhou dos companheiros e aproveitou para fazer um desabafo. Segundo o jogador, por conta das recorrentes noitadas, seu desempenho no profissional não foi o mesmo obtido na base do Esquadrão.

“Eu comecei no Bahia com 15 anos. Logo despontei como uma grande promessa no clube. Cheguei a ir para a Seleção Brasileira sub-20, até ser vendido para o Vasco. Olha, não foi por falta de futebol que não dei certo no Bahia. Tenho certeza que não foi. Acredito que não aconteceu porque eu não era profissional fora de campo. Isso me atrapalhou muito. Me perdi nas noitadas. As pessoas sempre me chamavam para conversar. O Roberto Passos me orientava muito, o Vadão também sempre falava comigo, mas quando se tem 18 anos fica complicado, né?”, disse Ernane que lembrou das brincadeiras durante os treinos do Tricolor.

“Ganhei o apelido de ‘Kaká do Nordeste’ porque jogamos na mesma posição, e o Vadão lançou o Kaká no São Paulo. Aí não perderam a oportunidade de colocarem esse apelido. Acho que foi Nonato e Danilo (Gomes) que começaram isso quando eu ainda era juvenil e ia treinar com o profissional”, lembrou o meia.

Após não conseguir uma grande sequência na equipe principal do Bahia, Ernane acabou sendo emprestado pelo Vasco, que depois adquiriu o passe do meia. O jogador lembra que teve um bom início no clube carioca, mas o grande número de lesões e noitadas acabaram atrapalhando seu desempenho outra vez.

“No Vasco eu tive a oportunidade de jogar com Romário, Edmundo, Edílson, Pedrinho, grandes nomes do futebol. São todas pessoas incríveis. Me davam muitos conselhos, boas conversas, e sempre passaram confiança também. Todas as vezes em que joguei acredito que fui muito bem. Dentro de campo nunca tiveram o que falar, mas veio o extra campo de novo. Me lesionava muito, por não cuidar do meu corpo. Me arrependo de não ter me cuidado mais. Meu rendimento iria melhorar muito”, explicou Ernane.

Após deixar o Vasco, o jogador passou ainda por Cabofriense, Figueirense e Tombense. Ernane revela que após deixar seu empresário sofreu para conseguir bons clubes e boas propostas e teve que atuar em equipes de menor expressão. Só em 2011, o jogador acertou sua transferência para o Al-Shahaniya, do Catar. Atualmente o meia é um dos melhores jogadores do país.

“Estou terminando a minha segunda temporada agora. O calor é muito difícil, mas meu clube me deu toda estrutura para a minha adaptação aqui. Meu time é o segundo na liga. Eu sou titular, capitão e melhor jogador da liga. Até agora fiz sete gols em 11 jogos”, disse o Ernane, que não escondeu a tristeza por estar longe da família. “Eu estou sozinho aqui. Sempre foi muito difícil, mas é um mal necessário”, explicou.

Apesar do bom momento no Catar, Ernane não rejeita um retorno ao Brasil. O jogador ficou perto de voltar ao futebol brasileiro em 2014, mas as negociações não avançaram. Segundo o meia, um grande clube do Nordeste chegou a fazer oferta para contar com seu futebol.

“Vou confessar que estou com vontade de voltar a jogar no Brasil. Meu trabalho tem sido reconhecido. Tem alguns grupos de investidores querendo trabalhar. Recebi duas propostas de clubes da primeira agora em janeiro, inclusive um grande do Nordeste. Não acertei porque eu tenho uma boa oferta de renovação do meu contrato aqui no Catar. Mas estou feliz de saber que posso voltar a jogar em um grande clube. Se melhorarem as ofertas porque não?”, revela Ernane.

Questionado se o grande clube do Nordeste seria o Vitória, o jogador não quis entrar em detalhes, mas revelou que não teria problema em jogar no Rubro-Negro, apesar de nunca ter recebido propostas para voltar ao Esquadrão ou atuar no Leão.

“Ainda não (recebeu propostas para voltar ao Bahia ou atuar no Vitória). Eu já sou um jogador experiente, não teria problemas em atuar pelo vitoria ou pelo Flamengo, mas a rivalidade é o que deixa o futebol gostoso”, disse o meia.

Fonte: iBahia

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