“Charuto”, apelido dado ao atleta no amador devido ao seu porte físico, foi um dos principais nomes da equipe sub-17 do Gigante da Colina durante a conquista da Copa do Brasil de 2008. O garoto da Zona Oeste chegou inclusive a ser o goleador da competição, superando inclusive o badalado Neymar, que na oportunidade não conseguiu conduzir o Santos ao título. Foi graças ao bom desempenho nessa competição que Willen fez sua estreia no profissional durante o Campeonato Brasileiro da Série B.
Contrato assinado, oportunidade no profissional…Parecia questão de tempo a efetivação de Willen no time de cima, mas foi quando estava próximo de chegar ao topo que o centroavante começou a cair. O sonho se tornou pesadelo ainda em 2009. Poucas semanas após entrar em campo contra o Duque de Caxias ao lado do amigo Phillippe Coutinho, Willen retornou ao juvenil. Com o psicológico lá embaixo, o garoto contou com o apoio de Tornado, antigo treinador do sub-17, para recuperar a confiança e voltar a brilhar.
Veio 2010 e com ele a primeira temporada no Juniores. Willen vinha marcado gols e sendo titular, porém acabou sendo sacado após a chegada de outros jogadores. Apesar disso, “Charuto” encerrou o Estadual como vice-artilheiro do cruzmaltino. O atleta foi titular do time na Copinha do ano seguinte, porém começou a ser emprestado para outros clubes na sequência. Emprestado pelo Vasco ao Bangu até o final do Campeonato Carioca, Willen espera brilhar para mostrar que merece uma nova oportunidade no clube onde cresceu (foi aluno do Colégio Vasco da Gama) e brilhou quando garoto (foram mais de 150 gols nas categorias de base).
Bate-papo exclusivo com Willen, aposta do Bangu no Campeonato Estadual:
Você jogou no profissional, foi bem e depois não recebeu mais oportunidades. O que aconteceu?
“Foi uma coisa que eu fiquei sem entender. Disputei o jogo contra o Duque de Caxias e até fui bem. Depois continuei treinando no profissional durante três semanas e depois desci direto para o juvenil. Nem para o juniores eu fui. Eu já fui direto para o juvenil. Tenho que agradecer muito ao professor Tornado. Quando eu desci para o juvenil o meu psicológico estava lá embaixo. Não é fácil você fazer sua estreia no profissional e logo depois descer direto para o juvenil. Ninguém pensou no meu psicológico. Ele me ajudou bastante. Quando eu desci para o juvenil ele me ajudou bastante. Eu pude voltar e fazer muitos gols no juvenil. Tenho que agradecer somente a ele mesmo. Ele me ajudou bastante quando eu desci”.
Você voltou ao juvenil, recuperou a confiança e subiu para o juniores no ano seguinte. O que aconteceu no seu primeiro ano de categoria?
“Eu ganhei Carioca e disputei Taça São Paulo pela categoria juniores. No Estadual de 2010, quando a gente foi campeão, eu fui o segundo artilheiro do time. Eu vinha sendo o artilheiro do time, mas perdi espaço devido a chegada de novos jogadores do time. Eu fui sacado mesmo sendo o artilheiro do time. Pessoas que chegaram depois e que nunca haviam feito nada pelo clube tiveram mais oportunidades do que eu. É uma coisa que não consigo entender até hoje. Eu acho complicado isso, mas é isso. Futebol acontece muito disso e precisamos superar essas coisas. Realmente é difícil”.
Por qual motivo você não conseguiu repetir no juniores o mesmo futebol que apresentou nas outras categorias?
“Até o juvenil eu tive momentos felizes no Vasco. Eu fui campeão em todas as categorias e fui artilheiro de quase todas elas. Houve a mudança de diretoria e eu comecei a ser afastado quando passei para o juniores. Eles foram me excluindo. Eu acho que a minha situação dentro do Vasco mudou devido a troca de diretoria. Eles desvalorizaram muitos jogadores que eram da época do Eurico Miranda. Eu fui campeão da Copa do Brasil sub-17 em cima do Santos. Fiz o gol do título. Também conquistei no infantil o Estadual e a Copa Nike, onde fui artilheiro”.
Como você avalia sua passagem pela Seleção Brasileira?
“A minha passagem pela Seleção Brasileira foi muito boa. Eu pude fazer grandes amigos, dentre eles o Neymar e o Coutinho. Nós fizemos vários jogos juntos. Hoje eu me sinto feliz por eles. Feliz por eles estarem passando por esse bom momento na vida. Eu ainda tenho contato hoje com o Neymar e o Coutinho. São dois bons amigos que eu fiz no futebol. Eu estou trabalhando. Estou no Bangu e espero fazer um excelente Carioca. Se Deus quiser vai dar tudo certo em 2014”.
O Coutinho é um dos grandes amigos que você fez no futebol. Chegou a conversar com ele durante esse período de dificuldade no Vasco? O que ele te falava?
“Eu e o Coutinho a gente sempre se falava. A gente sempre conversa um com o outro. Ele ficava tentando me tranquilizar. Ele me pede para ter paciência e para seguir fazendo o meu trabalho, pois uma hora as coisas vão mudar. Eu fui muito sacaneado lá dentro do Vasco. O Coutinho foi vendido um pouco cedo e por isso teve mais oportunidades do que eu. Eu acho que não tive no Vasco as oportunidades que deveria ter”.
Você disputou a Copa São Paulo de 2011 como titular e depois acabou sendo emprestado para algumas equipes da Europa. O que você poderia falar sobre o Portimonense (POR) e o Assyriska (SUE)?
“Eu fui jogar num clube de Portugal que estava na segunda divisão. O clube estava muito mal quando eu cheguei. Muitas gente fala que não era para eu ter ido, mas para mim foi bom. Era um time profissional e eu acabei ganhando um pouco mais de experiência. Tive minha primeira oportunidade na Europa também. Foi uma experiência boa apesar do time não ser de grande nome. Joguei poucos jogos em Portugal. Na Suécia não cheguei a jogar devido a demora do clube de Portugal para mandar os documentos. O Vasco também demorou. Foi um rolo só. Na Suécia só pude treinar mesmo”.
Acredita que você poderia estar hoje no mesmo patamar do Coutinho e do Neymar se tivesse recebido uma oportunidade?
“Com certeza. Se eu tivesse a oportunidade que merecia ter tido, acho que estaria longe nesse momento. É difícil você estar num time grande e ter que ir jogar num clube pequeno. Você ir para um time pequeno tem muita diferença. Agora vou trabalhar para ver se eu volto para um time grande. Quero mostrar o meu futebol e mostrar o meu valor”.
Quais são seus objetivos para 2014? O Bangu pode te ajudar a conquistar tudo que sempre almejou?
“Eu estou treinando como titular no Bangu. Minha meta é fazer um bom Carioca para poder voltar para o Vasco ou qualquer outro clube de boa expressão. Meu objetivo é jogar a primeira divisão deste ano. Estou treinando bem e espero que em 2014 as coisas possam melhorar”.
E o que falar para o torcedor do Vasco da Gama?
“Quero que o torcedor volte a falar meu nome, me apoiar e pedir para que eu volte. Se o torcedor fizer isso, com certeza eu não vou decepcionar. Quero muito vencer com a camisa do Vasco”.
Fonte: Blog Meninos da Colina