Para auxiliar os torcedores, o advogado montou uma página na internet que contém um modelo da ação que deve ser ingressada. Ele orienta os vascaínos a entrarem no Juizado Especial Cível – instância que não requer contratação de advogado – e colocarem como réus as federações de futebol do Paraná e de Santa Catarina, o Clube Atlético Paranaense, além da CBF.
O pedido também é diferente das ações movidas por torcedores de Flamengo, Portuguesa e Fluminense. Nestas, a motivação é a condenação por danos morais, dos envolvidos na pancadaria ocorrida em Joinville.
“Acho que o torcedor não tem legitimidade para pedir a anulação da decisão do STJD. Por isso, movemos ações para que prestem contas do que aconteceu”, explica Demercian, que afirma ter inspirado ações no Rio, Espírito Santo, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso.
Semeando cidadania
A sociedade que o advogado ainda tem com o miliciano assassinado é no projeto de futebol Semeando Cidadania Futebol Clube. Sediado em Jaracarepagua, Zona Oeste do Rio e reduto eleitoral do ex-vereador, o time chegou a disputar a terceira divisão do Campeonato Carioca, em 2006. O assassinato do miliciano levou ao fim das atividades do Semeando, mas a sociedade ainda não foi extinta formalmente.
“Para mim, ele nunca foi miliciano. Tudo não passou de notícia de jornal. Conheci o Nadinho como vereador”, diz o advogado.
Nadinho foi acusado da morte de pelo menos três pessoas e citado em inúmeros trechos da CPI das Milícias, na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Chegou a ser preso e morreu antes do fim de processos em que foi denunciado pelos crimes de homicídio e atividade de milícia. Sua fama no mundo do crime inspirou o personagem de Antônio Fagundes, o Juvenal Antena, na Favela da Portelinha, retratada na novela “Duas Caras”, da “TV Globo”.
“O futebol no Brasil é uma vergonha. Precisamos aumentar este movimento”, afirma o advogado.
Fonte: ESPN