No fim do ano, com a terceira pior campanha do Brasileiro e o consequente rebaixamento, a diretoria vascaína reavaliou o elenco e definiu que uma nova reformulação se fazia necessária. As saídas foram aos montes – 18 nomes, para ser preciso. Além dos sete afastados – Michel Alves, Alessandro (foi para o Náutico), Nei, Sandro Silva, Wendel, Renato Silva e Rodolfo, que treinam à parte no Rio – somente quatro jogadores daqueles que encerram contrato ficaram no clube. O acerto com Dakson era considerado mais fácil, pela boa relação com o empresário Pedrinho Vicençote, enquanto no caso de Juninho dependia da vontade do jogador de prolongar um pouco mais a carreira. Mas a situação de Pedro Ken e Edmilson exigiu uma negociação que demorou até um pouco mais que o previsto. Os dois renovaram, enfim, até o fim de 2014.
Ambos chegaram a um acordo sob circunstâncias difíceis, que quase inviabilizaram a continuidade. Ken, jogador mais regular da última temporada do Vasco, poderia permanecer no Cruzeiro e disputar posição ou se transferir para outros clubes da Série A, que procuraram o time de Minas Gerais. De última hora, apareceu até mesmo uma proposta de seis meses do futebol árabe. Mas o jogador bateu o pé e preferiu ficar em São Januário.
No caso de Edmilson, a disposição do atacante em seguir no clube também foi determinante para driblar a questão financeira. Após amargar o banco na maior parte da temporada, ele terminou 2013 muito bem, como titular absoluto e seis gols em sete jogos na reta final do Brasileiro.
– Já falei quando cheguei e falo de novo: sou vascaíno – disse, novamente, o atacante na sua primeira entrevista coletiva desde sua renovação de contrato.
Edmilson passou dez anos jogando fora do país. A transferência para o futebol japonês se concretizou justamente após ele subir para a Primeira Divisão com o Palmeiras em 2003. Quando aceitou a proposta do Vasco, ele e seu empresário colocaram uma cláusula que previa preferência do clube carioca em renovar, mas com significativo aumento salarial. Segundo informações obtidas pelo GloboEsporte.com, o jogador recebia na faixa dos R$ 150 mil e este valor subiria para quase R$ 300 mil no segundo ano em São Januário.
Em grave crise financeira, a diretoria deixou claro para Edmilson que queria sua permanência no elenco, mas desde o início, com a queda para a Série B, reforçou que não poderia cumprir o acordo previamente combinado. Após uma negociação delicada, a vontade do jogador falou mais alto e ele aceitou um salário abaixo, próximo da realidade financeira vascaína.
– Diminuí, sim, minha pedida. Era uma situação que tinha que entender o lado do clube. Estou feliz de permanecer, era o meu desejo, da minha família e do Vasco – contou Edmilson.
Sem presença garantida na estreia no Carioca, Ken também analisou a situação de maneira mais objetiva no momento de seguir ou sair do Vasco. De contrato novo, ele quer manter o desempenho de 2013, mas com outros resultados no fim da temporada.
– Ainda bem que as coisas se acertaram para que eu permanecesse no Vasco. Fiquei na expectativa de renovar e deu tudo certo. Agora vamos enfrentar o que vier pela frente – afirmou o meia, que lembrou lições que o clube precisa aprender para não tornar a sofrer em 2014. – Já vi uma mudança muito grande no Vasco este ano. Precisamos de organização e planejamento. Ano novo, vida nova – ponderou o camisa 10.
Fonte: GloboEsporte.com