A batalha dos donos de cadeiras cativas do Maracanã continua. Após cinco proprietários conseguirem uma vitória em primeira instância na Justiça do Rio, no dia 3 de janeiro, a esperança desses torcedores é que outras pessoas que estão na mesma situação também alcancem uma vitória nos tribunais. A sentença condenou o Estado do Rio a pagar R$ 6,5 mil por danos morais, além dos danos materiais, que podem ser de R$ 552 ou R$ 874, referentes às três partidas da Copa das Confederações no estádio. No ano passado, os proprietários não puderam usar seus assento durante a competição organizada pela Fifa.
Para a Copa do Mundo, a expectativa dos proprietários é que o problema não se repita. Uma das autoras das ações, a advogada Cláudia Camanho, deseja que o governo do Rio compre ingressos e os repasse aos proprietários das cadeiras
– Que isso (a decisão judicial) abra um precedente para a Copa do Mundo. Se a Fifa não liberar ingressos, que o governo adquira esses bilhetes e repasse aos proprietários. É uma frustração imensa porque a gente adquire a cadeira também para um evento grande. Não se trara de um jogo comum. Foi para isso que a gente pagou – declarou a advogada, uma dos cinco torcedores que entraram na Justiça. A indenização ainda não foi paga, pois ainda cabe recurso.
Desde a construção do estádio, os proprietários de cadeiras perpétuas do Maracanã investiram no sonho de possuir um assento cativo. Uma campanha realizada antes da Copa de 1950 arrecadou fundos para ajudar na construção do estádio. Na época, alguns teriam até vendido bens como carros e imóveis para adquirir os assentos.
Em 2007, o Brasil foi escolhido como sede da Copa do Mundo deste ano, e desde então ficou definido que a Fifa ficaria responsável pelas arenas durante o torneio. A partir daí, as quase cinco mil cadeiras cativas viraram alvo de polêmica. Nos últimos meses, ganhou proporções ainda maiores. Outro autor de ação na Justiça, o advogado Ricardo Kutwak afirma que existe direito irrestrito dos proprietários desde a construção do estádio Mário Filho.
– A cadeira cativa vem da construção do Maracanã. Para financiar a construção do estádio, o governo do então estado da Guanabara criou quase cinco mil cadeiras cativas, que dava aos titulares o direito irrestrito de frequência em todo e qualquer evento nele realizado. Atualmente, uma cadeira perpétua gira em torno de R$ 40 mil a 80 mil – afirmou Kutwak.
A advogada Cláudia Camanho lembrou também a forma como se deu o processo de tomada de decisões em torno da comercialização de bilhetes para a Copa do Mundo de 2014. Camanho se queixou do que considerada um desrespeito por parte do governo.
– Quando acontece isso com um bem, existe uma indenização justa, um processo justo. Não houve isso. Não houve consulta, não houve acordo. Foi um desrespeito – concluiu.
Fonte: GloboEsporte.com