Carlos Eugênio Lopes, diretor jurídico da CBF, falou por telefone ao blog sobre a primeira decisão da Justiça Comum – que restitui os quatro pontos tomados do Flamengo – e sobre o inquérito aberto pelo Ministério Público de São Paulo, que pede a devolução de quatro pontos perdidos pela Portuguesa no Campeonato Brasileiro de 2013.
Como a CBF recebeu a notícia da primeira liminar da Justiça Comum?
Ainda não tomei conhecimento, não houve intimação. Antes de receber a intimação, a CBF não vai se pronunciar.
Mas a tendência é que a CBF tente cassar a liminar?
É um caso normal, vamos acompanhar, como em todos os casos, seguir os trâmites normais.
E o inquérito do Ministério Público de São Paulo? O sr. disse à Folha de S.Paulo que vai tentar afastar o promotor do caso…
A CBF, o presidente Marin, eu, todos temos o maior respeito pelo Ministério Público. Mas antes de iniciar o processo, de intimar as partes, já houve ameaças. O promotor [Roberto] Senise pré-julgou o caso. Isso é contra o espírito do Ministério Público. Constrangidamente, é o caso de pedirmos o afastamento dele do caso. E também vejo incompetência territorial e funcional neste caso. A CBF tem sede no Rio, e desse jeito o Ministério Público quer virar mais uma instância da Justiça Esportiva.
Hoje saiu a primeira decisão, mas provavelmente haverá outras liminares. Como a CBF planeja lidar com todos os processos?
Vai administrando. A CBF está acostumada a isso. Eu estou aqui desde 1986 e é sempre assim. Temos que matar um leão por dia.
Há possibilidade de o Campeonato Brasileiro ter mais de 20 clubes?
Não há hipótese. Zero.
Mas se houver decisões da Justiça que obriguem a isso?
Então a Justiça assume, faz o campeonato, nomeia os árbitros para apitar. Assim não acaba mais competição nenhuma. Se prevalecer isso, é o fim do sistema desportivo brasileiro. E também é a falência do judiciário, que vai ficar assoberbado com tantas ações de torcedores. Qualquer torcedor vai entrar, e teremos 180 milhões de ações.
Fonte: Blog Bastidores FC – Globoesporte.com